Esse eterno positivo e negativo tentando se equilibrar.
Não acredito que já estamos no finalzinho de outubro, aqui finalmente a chuva resolveu dar o ar da graça, a famosa chuva das flores, aquela barulheira toda, muita água e quando bate aquele medo a chuva se vai, se é dia abre aquele sol com um aspecto de limpeza nas ruas, parece que até mesmo os pássaros celebram cantando e brincando nas poças... Poético? sim, assim eu vejo as águas de outubro, a vida e tudo que me cerca.
Aqui no meu peito o coração parece os passarinhos brincando nas poças, existe uma tal alegria que cresce sempre nesse mês, talvez seja o clima ameno, quentinho, ou a limpeza que a natureza traz para nossas vidas, renovação, celebração, esperança...
O tempo esse ano passou ligeiro, tenho a sensação que estive dormindo e só agora acordei, como se o piloto automático estivesse ligado, tanto por fazer, tantas coisas para colocar nos eixos, e só despertei quase ao meio-dia, ainda resta dois meses para correr atrás das coisas perdidas pois o tempo, esse já se foi...
Mas a vontade é de laçar o relógio e fazer ele retroceder, para concertar algumas falhas que insistem em me incomodar, martelando aqui na mente, trazendo uma dorzinha chata, seria culpa por desperdiçar quase um ano de vida? Talvez, mas o jeito é tentar fazer o máximo possível para ter algum saldo, de preferência positivo.
Hoje fiz uma limpeza na tralha acumulada durante o ano, brinquedos quebrados, roupas apertadas, cadernos esquecidos nas gavetas, coisas que guardamos sem saber o porque, apenas temos pena de jogar fora, ao esfregar o chão para tirar a sujeira imaginei como seria bom se fizéssemos isso na nossa vida, jogar o que não serve mais fora, lavar o coração magoado, esfregar o orgulho ferido...
E ao terminar a limpeza percebi que tenho feito isso ao longo do ano, me livrando das velhas roupas que já não me servem, jogando fora tudo que de certa forma não cabe mais na minha vida, não corresponde a pessoa que me tornei, é isso, as chuvas de outubro lavam as ruas, os telhados e a vida, mas somente a vida de quem se deixa molhar, acho que vou fingir que sou um passarinho brincando nas poças, é uma asinha que bate na água e joga lama para um lado, terra para o outro, vez ou outra o biquinho batendo no chão procurando um ou outro inseto... E a poeira acumulada durante o ano de 2014 vai ficando na poça.
É, olhando por esse prisma até que foi bem proveitoso o ano que se finda, afinal crescimento interno é sinal de amadurecimento.