A noite desce
Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosa,
A noite desce... Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem!
Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que descem me enterrassem!
A noite em sombra e fumo se desfaz...
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!
E a noite vai descendo, muda e calma...
Meu doce amor tu beijas a minh' alma
Beijando nesta hora a minha boca!
Florbela Espanca
(1894-1930)
Muito bom dia Carol.. como esta senhorita tri querida..
ResponderExcluira Florbela que tanto li e tanto me inspirou.. sabia perfeitamente moldar um soneto..
tem muitos delas que são envoltos em prantos e tristezas infinitas mas os que derramam amores nos embalam sempre.. um grande beijo e até sempre
Tudo nesse post combina, a imagem e o poema, o amarelo sobre a tua pele, teus lábios, olhos e eu gosto das tuas sobrancelhas.
ResponderExcluirUm bom dia Carolina.
E eu que não gostava de poesia estou aprendendo a gostar, aqui no seu blog :)
ResponderExcluirBlog Subexplicado