Ah, o amor! Tem coisa mais gostosa do que as pequenas coisas, os gestos carinhosos repletos de cuidado e ternura...
Aquele segredo que só os dois conhecem, um apelido, um olhar.
São esses pequenos desatinos que fazem do amor uma razão para acreditar. Em coisas boas, acreditar no ser humano e no amanhã. Vinícius nos traz um soneto que se tornou uma espécie de cântico, um brinde ao amor
Soneto de fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pensar ou seu contentamento.
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pensar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Nenhum comentário:
Postar um comentário