sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Memória- Carlos Drummond de Andrade



Como eu amo esta poesia, a sutileza de cada verso me encanta sempre que leio. Encontrar esse vídeo na internet foi um achado, penso que os poetas tocam o nosso coração com o que escrevem é como pegar um instrumento e afinar até encontrar a nota precisa.
As pessoas de alma sensível transformam as palavras, como se colhessem diferentes rosas e fizessem um buquê.

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)

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