terça-feira, 9 de junho de 2015

A favor de toda forma de amor

Olá leitores, tudo bem?
Todos os dias quando minha filha mais velha chega da escola eu sempre pergunto como foi o dia, o que ela aprendeu e ela sempre me conta várias coisas. Ontem nosso diálogo me inspirou a escrever esse texto que faz parte da blogagem coletiva do grupo rotaroots.
Bem, ao chegar em casa minha filha me contou que uma menina de sua sala falou para os colegas que gostava de meninas, que seu pai inclusive a trocou de escola por desconfiar que ela estava apaixonada por uma amiga sua, pelo que entendi as amigas da minha filha estavam perguntando de qual menino da sala ela gostava e a garota perdeu a paciência e falou "eu gosto de meninas", pondo um ponto final na conversa.
Eu então perguntei para minha filha qual foi a reação dos colegas, e ao que tudo indica reagiram bem, claro que uma ou outra menina falou alguma coisa pois é normal existir opinião diferente quando alguém nos conta alguma coisa, mas o que chamou mais a minha atenção foi a naturalidade com que os colegas e inclusive minha filha receberam essa informação, sem risadinhas, comentários grosseiros ou coisas desses tipo, demonstrando que além de respeitarem a colega de sala eles encaravam com naturalidade a homossexualidade.

Esse acontecimento me levou ao passado, exatamente na minha pré-adolescência, eu deveria ter 12 anos eu acho, e certa vez uma garota de outra sala começou a receber cartinhas de amor anônimas, até ai tudo bem acontecia muito na escola, mas um dia descobriram que quem escrevia as cartas era uma menina, esse dia nunca saiu da minha cabeça, me fez sentir vergonha da minha espécie "humana" pois na saída da escola todo o colégio já sabia e acho que noventa por cento da garotada ficou gritando, xingando, vaiando a garota que acuada se agarrou aos cadernos e foi levada para casa pela coordenadora, infelizmente a menina acabou sendo transferida e foi assunto por muito tempo. Sempre que me lembro desse dia sinto muito tristeza por além de ter presenciado o fato ter pertencido a uma geração tão ignorante, mas o diálogo de ontem com minha filha me fez crer que as coisas estão mudando, lógico que o preconceito existe, muito por sinal mas só o fato das pessoas, principalmente os jovens assumirem sua sexualidade sem se sentirem inferiores, e de muitas pessoas respeitarem a escolha pessoal do seu próximo já é um grande passo. Finalizando eu perguntei para minha filha o que ela achava de sua amiga ser homossexual e ela me respondeu, mãe eu já sabia. Isso me deixou muito feliz pois em outros tempos provavelmente ela teria me contado de forma horrorizada, o fato dela não ter mencionado antes mostra a naturalidade com que ela vê o assunto.
Nem tudo está perdido, existe esperança por dias melhores com mais respeito e amor.
       


O Rotaroots tem o objetivo de resgatar a época de ouro dos blogs pessoais, incentivando a produção de conteúdo criativo e autoral, sem ser clichê e principalmente, sem regras, blogando pela diversão e pelo amor. Via Rotaroots


16 comentários:

  1. Tão bom saber que os filhos são maduros e compreendem as diferenças bem, não é mesmo? Isso vem de criação, de dentro de casa, se uma pessoa só ensina o ódio, o preconceito, a indiferença, é só isso que aquela criança aprenderá, mas quando se ensina o amor e a igualdade, o fruto que colhemos é sempre bom. Parabéns á sua filha e á você Carolina :)
    E viva o amor!!!
    Bjs

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    1. Com certeza o preconceito, o ódio é ensinado em casa e algumas vezes de forma inconsciente, obrigada Elza quero que minhas filhas acima de tudo respeitem o próximo.
      Sim viva ao amor!
      Bj

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  2. Sempre que alguém me vem com esse papo de o mundo está perdido eu me lembro de alguma coisa assim. O 'qualquer maneira de amor' nunca esteve tão em voga, e eu não consigo ver isso de outra forma que não seja positiva. Preciso te parabenizar pela criação da sua filha, por que por mais que as vezes a gente veja muita coisa bonita e muita gente se aceitando, ainda tem um lado muito ruim por aí. Quando eu tinha 11 anos (e eu tenho 19 agora, ou seja, menos de 10 anos atrás) eu fui esperada na porta da escola por um monte de gente que me chamou e sapatão, me xingou e tacou pedras em mim.
    Então, com toda a minha sinceridade, parabéns pela criação da sua filha. <3

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    1. Verdade, na prática poucos realmente aceitam ou respeitam o seu próximo, mas quero crer que de alguma forma as pessoas estão melhorando nesse sentido, nem sei o que dizer sobre o que passou aos onze anos é algo que me entristece de verdade, manifestações de ódio. Receba o meu abraço virtual moça :)

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  3. Como professora, vejo como crianças e adolescentes são crueis sem saber o que estão fazendo. O engraçado que vejo também, é que tratam muito melhor os meninos homo do que as meninas. O que seria isso, heim?

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    1. Não sei te responder isso, acho que talvez a questão da cultura brasileira em que a mulher deva responder a um padrão, seria uma possibilidade, e sim crianças e adolescentes conseguem mesmo ser cruéis.

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  4. Homossexualidade pra mim não é "normal". Acredito, como bióloga, que seja uma alteração genética dos mamíferos. Porém, não vejo nisso um crime ou um problema. São humanos como nós. Porém, com gostos diferentes, realidades um pouco fora do convencional mas que não os impede de viver em sociedade e muito bem por sinal.

    As coisas estão melhorando sim, em muitos aspectos, e todas essas polêmicas um dia serão apenas passado.

    http://passaro-de-inverno.blogspot.com.br/

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    1. Espero sinceramente em que um dia esse assunto não precise mais ser discutido, e se torne banal pela aceitação das pessoas :)

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  5. Eu tenho muitos amigos homossexuais, a maioria na verdade, quando as pessoas me perguntam como eu encaro isso, se as minhas amigas lésbicas já deram em cima de mim ou coisa do gênero eu acho isso tão surreal... Quando criança minha mãe nunca permitiu que alguém usasse termos depreciativos aos homossexuais perto de mim, ou fizesse piadinhas porque ela não queria que eu crescesse cheia de preconceitos. Ontem, numa discussão em sala de aula que envolvia o tema fiquei horrorizada com tantos comentários preconceituosos, ainda mais por ser da área de humanas. Se a sua filha encara tudo isso com naturalidade e respeito, Parabéns, você está sendo uma ótima mãe!

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    1. Eu também na época em que cursei Biologia tinha alguns amigos homossexuais, inclusive minha sala era chamada de "boiologia" apelido infelizmente bem pejorativo, devido ao numero de homossexuais e eu nunca consegui entender o preconceito e os absurdos que algumas pessoas pensam de quem é homo. Que bom que sua mãe te criou assim, minha mãe também não nos ensinou o preconceito inclusive não tenho nenhuma lembrança de ouvir grosserias a respeito do assunto. Sim minha filha encara tudo tranquilamente, e a pequena também está indo na mesma direção :)

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  6. Que história maravilhosa, Carolina.. é bom saber que a nova geração encara a homossexualidade com mais respeito.
    Também acredito que todas as formas de amor são válidas, e sinto-me horrorizada com a intolerância de algumas pessoas para com o amor livre, que se propaga até os dias atuais..

    Um grande abraço

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    1. Também acredito, o respeito precisa vir em primeiro lugar, tb me sinto horrorizada com as coisas que vemos por ai...
      Abraço o/

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  7. Bom dia Carol..
    é um tema que nos dias de hj não dá para se fugir..
    precisa ser falado abertamente com os filhos e saber indicar o caminho..
    não tenho nada contra que opta por este lado..
    tudo que sei é que homem e mulher foram colocados aqui cada um com uma energia para gerarem um novo ser...
    pessoas do mesmo sexo matam desejos.. se unem por carencias.. enfim.. cada um com seu caminho.. lembro que quando estudava na sexta série..
    tinha um aluno que era muito judiado..
    ele vinha de calça rosa e tal. e um outro ia lá e baixava as calças dele na frente de todo mundo..
    era triste ver aquilo.. e hj acho que esta pior né..
    bjs e fique sempre bem

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  8. Sim Samuel, não tem como fugir. Penso que cada um sabe de si, existe tanta coisa com que se preocupar nesse mundo, no nosso País que acho que gênero, sexualidade não deveria ser motivo de discórdia, agressões físicas ou verbais e tantas outras coisas.

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  9. O que me deixa feliz e esperançosa é a mente dessa nova geração =D ( ao menos a maioria delas)

    www.saidaminhalente.com

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    1. Verdade, as coisas tendem a melhorar mesmo que aos poucos :)

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