sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Fluxo de pensamentos

Lá fora ta chovendo, sim, muitas gotas caindo incessantemente.
As vezes uma torrente, outras apenas aquela garoa fina que cobre as ruas de uma nódoa escorregadia, terra virando barro.
Ta chovendo? Acho que não, sinto o ar faltando nos pulmões, o coração bate assim fraquinho, fraquinho, como se uma marcha fúnebre desfilasse por aí escancarando a morte de alguém, ou seria alguma coisa.
A chuva ta fininha, caindo em gotículas dos meus olhos, mas e lá fora?
Chove também, quase como aqui dentro, mas lá fora a chuva lava,
Aqui a chuva fere, a dor de uma solidão que é só minha.
De saber ser sozinha desde tempos idos e vividos, de quando era apenas um botão em flor, que balançava tristonha em um jardim qualquer, vendo flores arrancadas, flores plantadas
Mas a consciência era muito leve, de uma leveza estranha,
Que causava estranheza em quem tentasse se aproximar
Que olhos grandes você tem?
São para te ver melhor
Que lábios silenciosos você tem?
São para te avaliar melhor
E esse sorriso que nunca tem?
São para escarnecer melhor
E assim silenciosamente, segue sua vida
Em passos lentos de tartaruga, observando a marcha fúnebre que são os outros
Dentro do universo egoísta
De vaidades sem sentido algum,
Ostentar,
Palavra de ordem da nova geração
Mas o quê? Eu me pergunto
Corpo em decadência ou cérebro em senescência?
Não me importo muito, sou egoísta também
Só penso na garoa lá fora
E na tempestade nos meus olhos
Um tanto cansados, um tanto desiludidos, um tanto qualquer
E o curso d'água corre sem rumo, sem destino, apenas segue
Água dos olhos ou da chuva?
Não sei, me diga você

    

9 comentários:

  1. Muito bom dia Carol..
    uma bela mescla de pensamentos e visões..
    todos nós no decorrer dos dias temos vislumbres assim que nos remetem ao que a vida nos está oferecendo e o que nós estamos oferecendo a ela..
    compartilhar com a vida é receber os frutos que ela tanto nos quer dar..
    temos que ser como um rio..
    ele segue seu rumo as vezes brando e outras mais agitado..
    te desejo um lindo dia..
    beijos meus e até sempre

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  2. "E esse sorriso que nunca tem?
    São para escarnecer melhor" - Das coisas que a gente lê e se identifica de imediato!
    Os pensamentos não sossegam, querida. E parece que às vezes não temos controle sobre ele, sobre nós... Quando a chuva cai lá fora, fininha, e o nosso eu interior está numa viagem, o melhor é isso: escrever ;)

    Hey, te indiquei a uma tag lá no blog, mas fique à vontade pra responder, ok?
    Beijoo'o

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  3. ok...eu fiquei um pouco triste com o tom do poema. fluxo de pensamentos dá a entender que você apenas foi compondo o que te veio a cabeça no momento. gosto de coisas instantâneas assim. mas...me pareceu um pouco melancólico. existe um culpado pra esse teu estado atual, imagino (ops, "seu" não, do "eu lírico"). ↟ @ emilie

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  4. Ah... também penso demais quando chove.
    Será que é o ser humano? Por que
    quando chove ficamos mais íntimos de nós? Ouvimos mais nosso coração, nossos medos...

    http://passaro-de-inverno.blogspot.com.br/

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  5. Já pensou em publicar seus textos? Deveria :3

    Mas você chegou a ler esse? Talvez o assunto ele não tenha abordado tão bem em Ansiedade. Prometo tentar ler outro título dele, então! :3

    A Bela, não a Fera

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  6. Ai acabei escrevendo lá no blog hahaha ♥

    http://passaro-de-inverno.blogspot.com.br/

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  7. Gosto muito dos textos que você escreve e gostei desse em especial por você começar falando da chuva e de como você deu seguimento. :)

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  8. Acredito que a chuva, nos traz o silêncio é ¨orgânico¨ mexe com os hormônios. Talvez só trouxe a tona algo que já deveríamos ter lavado antes, a chuva só deu o ponta pé. Muito bom!!!Beijos

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  9. Ai brigada pela força, você é um amor comigo >__<

    http://passaro-de-inverno.blogspot.com.br/

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